Parabéns mulheres!
(*) Nakamura Black
Sempre no dia 8 de março é comemorado o Dia
Internacional da Mulher.
As homenageadas em si são 130 tecelãs que foram
trancadas dentro de uma fábrica, em Nova
Iorque, onde se concentravam para reivindicar direitos, como: redução na carga diária de trabalho, entre outros.
Num ato totalmente desumano, a fábrica foi incendiada e elas morreram carbonizadas.
Daí surgiram discussões e debates no mundo inteiro sobre o
preconceito, a desvalorização da mulher e suas desvantagens na carreira
profissional em relação ao sexo masculino.
As mulheres conquistaram legislações
específicas que as amparam em diferentes espaços sociais, políticos e culturais jamais sonhados por aquelas pobres tecelãs, entre outras vítimas
de uma sociedade machista.
Na Paraíba, vivemos outra realidade e são muitos os espaços ocupados pelas mulheres, a exemplo de Marcela Sitônio, na API; Patrícia Rocha, na TV Cabo Branco; Nelma Figueiredo, na Correio; Bia Fernandes, n' A União; Beth Torres, além de deputadas e vereadoras, entre outras.
Historicamente, já em 1822, Maria
Leopoldina Josefa Carolina, arquiduquesa da Áustria e imperatriz do Brasil teve
papel fundamental no processo da proclamação da independência do Brasil.
A
compositora Chiquinha Gonzaga, corajosa e destemida, enfrentando todo e
qualquer preconceito foi a primeira mulher no Brasil a estar à frente de uma
orquestra, em 1885.
Em 1887, formou-se a primeira médica no Brasil: Rita Lobato
Velho.
Muito antes, em 1910, em plena República Oligárquica, a professora Deolinda Daltro
fundou o Partido Republicano Feminino e liderou uma passeata exigindo a extensão
do voto às mulheres.
Em 1933, dos 214 deputados, apenas uma mulher: Carlota
Pereira de Queiroz.
Em 1948, depois de 12 anos, pela primeira vez que o Brasil
conta com a presença feminina em sua delegação nas olimpíadas de Londres: 11
mulheres e 68 homens.
Em 1979, Eunice Michilles, então representante do PSD/AM,
torna-se a primeira mulher a ocupar o cargo de senadora, mas por falecimento da
titular da vaga.
Em 1980, surgem os centros de defesa para coibir a violência contra
a mulher com o lema: “Quem ama não mata”.
Em 1983, surgem os primeiros conselhos estaduais
da condição feminina para traçar políticas públicas para as mulheres e, em
1985, a primeira Delegacia de Atendimento Especializado à Mulher.
Em 1988,
movimentos feministas e 26 deputadas federais constituintes obtêm importantes
avanços na Constituição Federal, garantindo igualdade a direitos e obrigações
entre homens e mulheres perante a lei
.
Em 1990, é eleita a primeira mulher para o cargo de senadora: Júnia Marise, do
PDT/MG e Zélia Cardoso de Mello é a primeira mulher a assumir o cargo de
Ministra (da Economia) no Brasil, enquanto Roseana Sarney assume o cargo de
governadora do estado do Maranhão, em 1994.
A primeira mulher a ocupar a presidência da
Academia Brasileira de Letras foi a escritora Nélida Piñon (1996).
Logo a
seguir, em 1998, a senadora Benedita da Silva passa a presidir a sessão do
Congresso Nacional, é a primeira mulher a ocupar este cargo em toda a história.
Em 2003, Marina Silva (PT) do Acre, assume o Ministério do Meio Ambiente e, em
2010, pela primeira vez, o Brasil elege uma mulher para presidente: Dilma
Rousseff.
Mas nem só de grandes nomes se faz a história das
mulheres em nosso país.
Há milhões de Marias, Anas, Bernadetes, Cleanes, Patrícias, Márcias, Marcelas, entre outras, que lavam, passam, cozinham, escrevem, vendem produtos de beleza, sapatos, roupas, bijuterias, andam ruas e sobem ladeiras
todos os dias, cuidam de suas casas, dos filhos e ainda da casa e filhos de outras
famílias.
Centenas de jornalistas e radialistas que trabalham em duas três empresas, médicas; garis; merendeiras, enfim, mães, esposas, companheiras,
filhas, irmãs e avós que lutam para sobreviverem com dignidade.
Todavia, na prática, muitas
mulheres ainda sofrem os males decorrentes da discriminação, do preconceito e
da violência, sobretudo doméstica.
Inúmeras são as que vivem sob a ameaça
de homens covardes que as violentam física e mentalmente e acabam perdendo a vida, literalmente.
Todas, hoje, mesmo com o amparo da Lei Maria da Penha, ainda têm medo ou vergonha
de denunciar.
A estas mulheres, clamamos: não permitam que um idiota qualquer tire sua liberdade ou impeça o seu bem-estar.
Parabéns!
(*) Nakamura Black, redator e editor, está entre aqueles que passou por quase todas as funções que um jornalista pode exercer e em diferentes veículos da mídia falada e impressa da Paraíba.