RELATÓRIO DENUNCIA A MORTE DE JORNALISTA PARAIBANO ENTRE AS QUATRO REGISTRADAS NO BRASIL 


A situação da liberdade de expressão no Brasil "agravou-se dramaticamente durante 2013 e nos primeiros meses de 2014".

Isto é o que está no relatório "Liberdade de Imprensa no Brasil - Outubro de 2013 a Março de 2014", lido na reunião da Sociedade Interamericana de Imprensa que se realiza em Bridgetown, capital de Barbados, no Caribe.

Um levantamento, de 14 páginas, registra 66 casos de "jornalistas profissionais vítimas de truculência policial e de agressões, dois casos de censura judicial, seis ameaças, um atentado, uma prisão e três casos de intimidação.

                        "Os casos de assassinatos impunes de jornalistas e outros profissionais continuam a ser o
                          fato mais grave" na imprensa do País, adverte o documento.

O balanço desconsidera outros sete casos fatais que, investigados, não apontaram relação entre as mortes e o exercício do jornalismo.

A situação do Brasil foi apresentada no final da tarde, depois de relatórios dramáticos sobre Equador, Argentina e Venezuela.

No total, cerca de 30 levantamentos foram apresentados por delegados de todo o continente.


O documento do Brasil considera "motivo de alarme" a persistência dos casos de censura judicial, "posto que praticada por magistrados".

Os protestos que tomaram as ruas de muitas cidades brasileiras, no ano passado, são detalhadamente descritos.

No episódio mais conhecido, um cinegrafista da Band, Santiago Andrade, foi atingido por uma bomba no dia 6 de fevereiro passado, no centro do Rio, e morreu dias depois no hospital.

Além de Santiago, os outros três mortos mencionados no relatório foram os jornalistas Geolino Xavier (Portal N3, Bahia), Pedro Palma (Panorama Regional, Estado do Rio) e Rômulo Laurentino de Souza (Aroeiras Online, Paraíba).

O texto olha o futuro e alerta que "é motivo de preocupação" que incidentes como o que vitimou Santiago voltem a ocorrer durante a Copa do Mundo.

O relatório informa, por fim, que a ANJ reuniu-se com o ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, e pediu providências contra o cenário hostil ao exercício do jornalismo.

O ministro "reconheceu a gravidade da situação" e prometeu adotar medidas como criar um protocolo de atuação para a polícia em sua atuação nas manifestações de rua.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.