ALERTA, SERVIDORES DA ASSEMBLEIA!
Adriano Galdino reúne o Sinpol e
descarta reajuste salarial
Na manhã da última sexta-feira (26), o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), deputado Adriano Galdino (PSB) chamou a diretoria do Sinpol (Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo) para uma conversa informal.
Isso aconteceu por volta das 8h30 da manhã com a participação, entre outros, do vice-presidente do Sinpol, Wilton Cesar Leitão, e da tesoureira, Maria Dalva Freire (Dalvinha Freire).
E, pasmem!
A primeira observação feita pelo parlamentar presidente, Adriano Galdino, foi, simplesmente, de que a Casa não tem dinheiro para pagar a 'nossa' defasagem salarial de 10:48%, segundo cálculos do DIEESE.
O presidente da mesa quis deixar a entender que o cenário está muito desfavorável para a implantação de novas demandas com repercussão financeira.
Mas isto, senhores deputados, é muito menos do que o aumento de 11,31% que corresponde a reposição inflacionária que vigora a partir de março.
Galdino falou com os representantes legais do Sinpol, em pé, se dizendo apressado, pois iria presidir a sessão convocada por ele e pelo deputado Ricardo Barbosa (PSB) com a médica estudiosa do Zica vírus, Adriana Melo.
Com a palavra, o vice-presidente do sindicato, Wilton Leitão, foi claro e objetivo, afirmando que 'a gente' (nós servidores) não abria mão porque outras categorias receberam seus reajustes.
O presidente se dirigiu à sessão, mas sem antes ouvir de Wilton Cesar Leitão que o assunto ficava complicado.
Diante disso, o movimento encabeçado pelo Sinpol está mantido: todos vão às galerias, na próxima quarta-feira, dia 2 de março.
Tem razão wiltinho em, também, alertar o deputado Adriano e seus pares, a conceber um índice de reajuste salarial que venha a atender aos anseios do funcionalismo da Casa.
A diretoria do Sinpol avaliando o fato de que se ele, Adriano, não tem tempo de conversar e resolver as pendências da Casa, que nomeasse uma pessoa (a exemplo das outras mesas, como a do Judiciário) para responder pelas negociações.
De pronto, o deputado Adriano Galdino informou que o secretário Álvaro iria procurar a diretoria do Sinpol na segunda ou, mesmo, na terça-feira.
Já se sabe que, num telefonema neste final da semana ao vice-presidente do Sinpol, Wilton Leitão, o secretário Álvaro informou que o presidente da Assembleia 'tava' muito preocupado com o movimento anunciado.
Segundo ele, o deputado Adriano Galdino deve ir à Brasília neste início de semana, mas quarta-feira estará de volta, reafirmando a determinação de procurar nesta segunda, ou terça, os dirigentes sindicais para uma nova conversa.
Pelos fatos aqui mostrados, conclui-se que a reunião, ligeira, da última sexta-feira (26) foi importante para demonstrar que o sindicato continuará na luta pela implantação dos pleitos financeiros dos servidores, encaminhados à mesa desde dezembro de 2015.
Sobre a sinalização do presidente de que a prioridade não é a implantação de benefícios aos servidores da Casa, vale relembrar alguns lances aos senhores deputados:
Em dezembro, já com a crise em pauta, os nossos colegas do Tribunal de Justiça tiveram - com o aval desta Casa e após parecer oral do deputado Gervásio Maia (PMDB) - um reajuste de 10% em seus salários.
O reajuste, dividido em duas vezes, - 8,5% em fevereiro e 1,5% no segundo semestre - teve sua primeira parcela implantada nos contra-cheques dos servidores do TJ agora na folha de fevereiro e com efeito retroativo.
Na verdade, foi um acordo firmado pelo desembargador Marcos Cavalcanti com as entidades sindicais ao assumir a presidência do Poder Judiciário, em janeiro de 2015, de pagar a data base e seguir com a valorização da classe trabalhadora do TJPB.
Isto é, mesmo prevendo corte no orçamento, o presidente do TJ concedeu 10% de reajuste aos servidores e, como bem observou o funcionário André Luiz Cavalcanti Cavalcanti, a fonte de recursos é a mesma da Assembleia Legislativa.
Se o duodécimo do TJ vem da mesma fonte que o da ALPB e os servidores tiveram 10% de aumento, está claro que o Legislativo pode, também, arcar com igual benefício para o seu pessoal.
Vale lembrar que em 2015 a Assembleia só concedeu 6% de reajuste, em abril, fugindo da data base de março (valor até hoje em atraso), enquanto o TJPB deu 8%, equivalente ao índice oficial de inflação.
Resumo da cantilena: se o deputado Adriano Galdino insistir em não conceder nadinha ao seu pessoal, a defasagem salarial da Assembleia em relação ao TJ será de 12%, e isto sem falar na defasagem em torno de 18% relativa aos últimos anos.
É inaceitável que um gestor, dispondo da mesma fonte que um colega de outro poder, destoe na aplicação dos recursos para o cumprimento das obrigações salariais com os seus empregados.
O presidente Adriano Galdino, por suas origens humildes e que sempre brada que 'ninguém duvide da sua capacidade de luta para vencer obstaculos', não pode ser identificado com a falta de tais virtudes.
O bom senso aconselha que se busque o equilíbrio fiscal e financeiro sem prejuízo para os direitos sagrados dos servidores.
Portanto, a diretoria do Sinpol convoca todos os servidores para , lotarem as galerias durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 2 de março, na luta pela garantia do reajuste e da data base.
Vamos lá externar indignação contra discursos sem argumentos, pois os parlamentares sabem muito bem que nenhum funcionário sobrevive dignamente com sua família sem conseguir reajuste de seus salários.
A alta da inflação e o não reajuste dos salários gera, é claro, uma insatisfação generalizada.
Que fique claro ao senhor presidente e demais deputados que os servidores não aceitarão, passivamente, que seus direitos sejam retirados a pretexto de uma crise que só atinge o trabalhador em detrimento de uns poucos privilégiados.
Não aceitaremos falsas argumentações e vamos lutar por nossos direitos.
Estamos preparados até mesmo para uma possível greve se for necessário.
O sindicato pode contar com esta disponibilidade, mas que fique claro não ser esta a intenção dos servidores do Poder Legislativo.
Avante, camaradas!
A hora é de prudência, cautela, ponderação, bom senso e total confiança.
Vamos à luta!