terça-feira, 17 de março de 2015

FORA DA CONSTITUIÇÃO

Janot pede que STF estude fim da prisão especial para curso superior



O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que analise a possibilidade de a Constituição Federal não acatar a prerrogativa de prisão especial para portadores de diploma de ensino superior. 
Procurador-geral da República diz que benefício viola princípios da dignidade e da isonomia | Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / CP
        Procurador-geral da República diz que benefício viola princípios da dignidade e da isonomia |                                              Foto: Elza Fiuza / Agência Brasil / 
De acordo com Janot, o benefício “viola os princípios da dignidade e da isonomia”.
Este pedido foi ajuizado no STF pela Procuradoria-Geral da República (PGR), por meio de uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 334, que questiona parte do artigo que prevê a prisão especial, contido no Código de Processo Penal. 
De acordo com a PGR, o “privilégio” da prisão especial foi instituído no governo provisório de Getúlio Vargas. 
Originou-se em contexto antidemocrático, durante período de supressão de garantias fundamentais e manutenção de privilégios sem respaldo na igualdade substancial entre cidadãos”. 
O Código Penal classifica as pessoas em dois grupos, na opinião do procurador-geral, priorizando as que, por conta do seu grau de instrução, teriam o “direito” de não “se misturar” com presos “comuns”. 
Janot argumenta que essa discriminação contribui para a “perpetuação da inaceitável seletividade do sistema de Justiça criminal, que desagrega brasileiros, por acentuar e valorizar clivagem sociocultural entre eles e reafirma a desigualdade, a falta de solidariedade e a discriminação que caracterizam parte importante da estrutura social brasileira”. 
Ainda segundo a ADPF 334, a norma fere a diretriz constitucional de separar os presos não por seu nível educacional, mas pela natureza do delito, da idade e do sexo. 
De acordo com o STF, o procurador-geral entende que essa separação é justificável porque faz com que “presos por crimes graves [fiquem] separados dos encarcerados por infrações leves; adultos mais velhos separados de jovens; homens de mulheres”.

"É TUDO VERDADE"

Documentário de Eduardo Coutinho abrirá o festival 



O 20º "É Tudo Verdade - Festival Internacional de Documentários", que começa no dia 9 e vai até o dia 19 de abril, em São Paulo, já tem um filme de abertura. 
Trata-se de "Últimas Conversas", último documentário dirigido pelo cineasta Eduardo Coutinho, morto pelo filho no ano passado.

Filme de Coutinho vai abrir a 20ª edição do festival | Foto: Edison Vara / Press Photo / Divulgação / CP

                Filme de Coutinho vai abrir a 20ª edição do festival | Foto: Edison Vara / Press Photo /
 Com uma hora e meia de duração, o longa traz Coutinho conversando com jovens estudantes cariocas. O filme será exibido nos dias 9 e 10 de abril.
Para João Moreira Salles, produtor da Videofilmes, o filme tem significado especial. 
"Coutinho não teve tempo de montar aquele que viria a ser o seu último filme", explica . 
"São conversas com jovens que têm toda a vida pela frente.
 Ao menos pra mim, essa circunstância encerra toda a pungência de Últimas Conversas".
Amir Labaki, por sua vez, fundador e diretor do festival, se diz honrado de ter o filme na 20ª edição do "É Tudo Verdade". 
"Últimas Conversas não carregava, de origem, as marcas de um filme de despedida
Mas o sendo, é um belíssimo fecho para uma das obras mais originais da história do documentário mundial e do cinema brasileiro", afirma.

RODÍZIO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA