OPERAÇÃO LAVA JATO
Ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro
decide fazer delação premiada
O ex-presidente e sócio da OAS, Léo Pinheiro, condenado a 16 anos de prisão na Operação Lava Jato, decidiu fazer um acordo de delação premiada.
A informação é do jornal Folha de S. Paulo, após contato com profissionais e investigadores que acompanham as negociações.
Foto: Beto Barata/ Veja
A expectativa é de que Pinheiro fale de assuntos ligados ao ex-presidente Lula, como a reforma do tríplex no Guarujá e o sítio em Atibaia (SP), e sobre propinas pagas pela Odebrecht a parlamentares que defendiam interesses da OAS.
Pinheiro era um dos empreiteiros mais próximos a Lula e de outros políticos em Brasília.
Como envolve políticos com foro privilegiado, as negociações em torno da delação premiada estão a cargo da Procuradoria Geral da República (PGR) de Brasília, no lugar da força-tarefa de Curitiba (PR).
O acordo está sendo esperado como um dos mais bombásticos da Lava Jato e já soma 40 colaboradores da empreiteira, incluindo executivos como Agenor Franklin Magalhães Medeiros, relatando casos de corrupção.
Os esboços do depoimento já estão sendo redigidos esta semana.
Segundo a Folha, Pinheiro deve afirmar que a reforma no apartamento do Guarujá foi feita para Marisa Letícia, mulher de Lula, que posteriormente não quis ficar com o imóvel.
Pinheiro deve confirmar que bancou parte das obras do sítio, num consórcio informal entre a OAS, Odebrecht e Usina São Fernando, esta de José Carlos Bumlai, amigo do petista.
Conforme a Folha, Pinheiro deve contar também que pagou dívidas da campanha de Dilma Rousseff de 2010 para a agência Pepper.
Ao todo, teriam sido pagos R$ 717 mil para a agência que cuidava da imagem da presidente nas redes sociais.
A estimativa da PF é de que 80 mil mensagens de Pinheiro tenham vindo à tona.