sexta-feira, 24 de outubro de 2014

AÉCIO E DILMA SE ENFRENTAM NO ÚLTIMO DEBATE ANTES DO SEGUNDO TURNO 

Veja quais foram os principais pontos discutidos pelos presidenciáveis:


 (Christophe Simon/AFP Photo)
1º Bloco 
O candidato Aécio Neves (PSDB) fez a primeira pergunta, citando a reportagem de capa da revista Veja, que traz uma denúncia feita durante a delação premiada do doleiro Alberto Youssef de que Lula e Dilma saberiam dos desvios feitos na Petrobras e perguntou a candidata se ela sabia da corrupção.

A presidente candidata à reeleição diz que a revista faz "uma oposição sistemática" a ela com "calúnia e difmação". 

Dilma disse ainda que a revista não apresentou provas e tenta dar um golpe na reta final da campanha. 

Aécio, por sua vez, afirmou que durante a delação premiada o réu só tem benefícios se apresentar provas.

Dilma optou por tratar de temas considerados postivos de seu governo. 
Na primeira pergunta ela abordou a criação de empregos e perguntou a Aécio o que ele acha da declaração do Armínio Fraga, cotado para ser ministro da fazenda, de que o salário mínimo no Brasil está alto demais. 

Na resposta, Aécio atacou a inflação do governo Dilma.  

"O governo do PT fracassou na condução da economia", afirmou Aécio.

Aécio perguntou sobre o financiamento do BNDES para construir um porto em Cuba e porque o documento é secreto. 

Dilma disse que o governo dela não tem nada a esconder e que a construção do porto gerou vários empregos no Brasil. 

Aécio, por sua vez, afirmou que pedirá a Procuradoria Geral da República para investigar o prazo de 25 anos do financiamento e as razões que levaram a garantia a ser dado em pesos cubanos. 

Nas duas outras perguntas de Dilma ela destacou os programas Minha Casa, Minha Vida e Pronatec, enquanto Aécio voltou a atacar o que chama de descontrole da inflação no governo Dilma.

2º Bloco
No segundo bloco, as perguntas foram feitas por eleitores indecisos. 

O primeiro questionou a presidente Dilma sobre o aumento dos preços do aluguel e o que ela poderia fazer para melhorar a situação. 
A presidente falou mais uma vez do Minha Casa, Minha Vida. 
 "Nós vamos fazer mais 3 milhões de casas do MCMV, reajustando a faixa de renda", afirmou Dilma. 

Já Aécio disse que vai ampliar o programa.  

A segunda pergunta foi sobre as propostas para educação para o candidato Aécio Neves, que destacou o que fez durante seu governo em Minas. 

"Vamos começar pelas creches

Elas ficarão abertas até 20h da noite, assim como as pré-escolas".
A terceira pergunta foi sobre corrupção e questionou Dilma sobre a proposta para acabar com ela. 

A candidata concordou dizendo que a lei é branda e afirmou que propôs cinco grandes medidas de combate a impunidade: transformar em crime eleitoral o caixa 2, criminalizar o funcionário público que enriquece sem comprovar a origem, além da perda dos bens. 

Outra proposta foi a criação de uma instância superior para julgar mais rápido os crimes de colarinho branco.
Na réplica, Aécio disse que os brasileiros não suportam mais abrir os jornais e verem casos de corrupção. 

O tucano critica a falta de ação do PT para que as propostas de Dilma conseguissem avançar.

 "Vamos tirar o PT do governo", afirma Aécio.  

Dilma, por sua vez, diz que o partido de Aécio tinha a prática de engavetar todos os tipos de ações. 

"Nunca compactuei com corrupto ou corrupção", afirmou Dilma.

A quarta pergunta foi sobre como assegurar a aposentadoria no futuro diante do envelhecimento da população. 

Aécio disse que pretende rever o fato previdenciário para não afetar a renda dos aposentados. 

Já Dilma ressaltou que o fator previdenciário foi criado no governo FHC e que é preciso abrir a discussão com as centrais sindicais. 

Aécio, por sua vez, disse que o fator previdenciário foi derrubado pelo Congresso, mas que o presidente Lula vetou a proposta. 

3º Bloco
No terceiro bloco, a primeira pergunta foi de Aécio Neves, que questionou Dilma sobre os motivos do Fundo Nacional de Assistência ter repassado apenas 11% do verba.

Dilma rebateu dizendo que o centro da política de assistência social do governo dela é o Bolsa Família e que os repasses desse programa nunca atrasaram.

Na vez de Dilma perguntar, ela atacou o governo dos correligionários do Aécio em São Paulo e se houve falta de planejamento em relação à água.

"Houve do seu governo", respondeu Aécio.

O tucano disse que a falta de água é um problema de toda região sudeste e que o eleitorado, que elegeu o PSDB no primeiro turno em SP, aprovou a gestão tucana.

O contra-ataque de Dilma foi afirmando que a responsabilidade da água é dos estados.

"Não planejar no estado mais rico do país é uma vergonha", afirmou.

Na tréplica, Aécio disse que a transposição do Rio São Francisco ainda não ficou pronta.
 
Dilma fez uma pergunta para Aécio perguntando sobre os planos do senador para a agricultura e outra sobre as restrições que o PSDB já teve ao Pro Uni. 


Aécio foi mais incisivo e questionou a presidente sobre quem está governando o país, enquanto ela está em campanha, aproveitando para abordar a proposta dele de fim da reeleição. 

Dilma disse que considera o ponto mais importante da Reforma Política o fim do financiamento empresarial das campanhas. 

Aécio também questionou o que a presidente pensa dos condenados do Mensalão. 

Dilma não respondeu e contra-atacou, citando o Mensalão Mineiro e o deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB), que renunciou para evitar que fosse cassado. 

Aécio, por sua vez, disse que o principal articulador do Mensalão mineiro é Walfrido Mares Guia, que é um dos coordenadores da campanha de Dilma em Minas Gerais.

4º Bloco

No último bloco, foi novamente a vez dos eleitores indecisos. 

A primeira pergunta foi sobre saneamento básico. 

Dilma afirmou que tem o compromisso de acelerar o tratamento e coleta do esgoto e que o governo federal está investindo R$ 70 bilhões em parceria com municípios. 

 Aécio, por sua vez, disse que vai desonerar as empresas de saneamento. 

A segunda pergunta foi sobre segurança pública e Aécio disse que os recursos não serão mais represados, como, segundo ele, está acontecendo.

"Anunciei uma política de fronteiras, que hoje estão desguarnecidas.
 
É por onde entram drogas e armas.
 
Vamos ter uma relação diferente com os países que produzem drogas. 

Vamos fazer uma profunda reforma no código penal. 

A terceirização de responsabilidades é muito grave. 

O governo federal gasta apenas 13% em segurança pública", afirmou Aécio. 

Já Dilma citou que durante o governo dela mais de 640 toneladas de drogas foram apreendidas
A terceira pergunta foi sobre as políticas de combates às drogas. 

Dilma cita os centros de comando e controle que funcionaram na Copa do Mundo e que precisa controlar as divisas dos estados, além da fronteira do país. 

E cita que modifique a constituição para que o governo federal posa trabalhar junto com os estados.

Aécio, por sua vez, propôs um "mutirão de resgate" para que os jovens que não completarem o ensino fundamental e média recebam uma bolsa de um salário mínimo para concluir. 

A última pergunta de eleitores indecisos foi de uma desempregada, de 55 anos, e quer saber propostas para o mercado de trabalho de pessoas "maduras". 

Aécio diz que a solução é voltar a crescer para gerar empregos mais qualificados. 

"O atual governo perdeu a capacidade de recuperar o crescimento, pois não gera confiança nos investidores", afirmou Aécio. 

A candidata à reeleição, Dilma, disse que há uma carência imensa de trabalho qualificado no Brasil.

Considerações finais
Dilma disse que o Brasil está construindo o país do amor, da esperança e da união e da solidariedade, que valoriza o trabalho e a energia empreendedora. 

Disse que é um país que cresce e faz as pessoas crescerem, que olha para as mulheres, negros e os jovens. 

Dilma diz que as pessoas que lutaram tanto para melhorar de vida. 

"O Brasil fez as pessoas melhorarem de vida e não se pode deixar voltar atrás", afirmou.
Aécio, por sua vez, disse que chegou ao final da campanha honrado pelo apoio que recebeu. 

Disse que é o candidato da mudança e citou o avô Tancredo Neves, que morreu antes de assumir o cargo. 

O tucano se sente  vitorioso por ter travado o "bom combate, com boa fé".

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