quinta-feira, 14 de maio de 2015

ENTRE O TRÁGICO E O RIDÍCULO
Opinião do jornalista Paulo Santos sobre o clima em Campina Grande


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Está difícil estabelecer uma fronteira entre o comportamento ridículo de parlamentares governistas na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) e o clima de pânico estabelecido na cidade de Campina Grande, que tem convivido com assassinatos dentro de escolas e nas ruas, rebelião nos presídios e ônibus incendiados em áreas periféricas e carentes da Rainha da Borborema.

Parlamentares novatos – como Estelizabel Bezerra, Estela Bezerra (PSB) – e outros experientes – como Anísio Maia (PT), (Gabinete Anísio Maia) – usaram argumentos pífios para tentar empanar a realidade que vem atormentando a população campinense, atribuindo o clima de pânico a “boatos”. 

Seria cômico se não fosse ridículo, porque nenhum dos dois tem atuação política naquele município.

O que está acontecendo em Campina é apenas o resultado da falta de política pública na segurança. 

Esse é um setor praticamente nulo na Paraíba, com a Polícia se desdobrando para atender à demanda, mas não encontra apoio da cúpula que vive se amparando em estatísticas duvidosas e constantemente desmentidas por organismos nacionais e internacionais.

Há poucos dias o líder da oposição na Casa Epitácio Pessoa, Renato Gadelha, denunciou da tribuna que médicos de Campina Grande estavam indo trabalhar armados, procurando se proteger dos bandidos. 

O que disse – ou fez – o Governo? 

Nada.

Logo depois houve o assassinato a tiros de um garoto em plena quadra de esportes da escola. 

O que fez a segurança? 

Nada.

O caldo entornou de vez quando um professor foi assassinado a tiros dentro de uma escola em Campina Grande quando corrigia provas

O que fez o Governo? 

Distribuiu uma nota se solidarizando com a família da vítima. 

Poucas horas depois estourou uma rebelião no principal presídio da cidade – o Serrotão – e ônibus foram incendiados na periferia.

Só quando o caos foi estabelecido em CG é que a cúpula da Polícia Militar se deslocou para a Serra.

O que representa esse deslocamento? 

Falta de sensibilidade para o que estava em gestação nas entranhas da bandidagem e total ausência de planejamento nas ações que poderiam pelo menos minimizar os efeitos da confusão estabelecida em seguida aos lamentáveis fatos.

O que se destaca desse quadro, entretanto, é ver o quanto é medíocre o quadro de conselheiros do governador Ricardo Coutinho (PSB) para o enfrentamento de situações delicadas como esta de Campina Grande.

O chefe do Executivo delega poderes para quem não sabe usá-los e ainda recebem o socorro de políticos que atribuem o caos a quem denuncia o surgimento de uma Babel campinense em vez de sair em socorro da população que lhes outorga os mandatos.

É devido a políticos desprovidos de pudor e de respeito aos cidadãos que o eleitor há muito vem se manifestando nas ruas.

O que será preciso para sensibilizar as autoridades?

Hoje é Campina Grande, mas amanhã pode ser em João Pessoa, Patos, Guarabira ou Sousa. 

E aí, vai-se colocar a culpa novamente em “boatos”?

O que se observa é que o cidadão paraibano, em matéria de segurança, está órfão. 

E, além disso, amedrontado e enjaulado em casa.

Vítima dos raciocínios medíocres de quem é pago para representa-lo.

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