MORTE DE JANGO
Perícia final sai nesta segunda-feira
Após
quase 38 anos, o Brasil pode ter uma resposta definitiva sobre a causa mortis do ex-presidente da República, João Goulart, morto no exílio no
dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina.
O resultado final da perícia
dos restos mortais de Jango será divulgado amanhã.
Até hoje a versão conhecida é de que a morte tem como causa
oficial um ataque cardíaco.
A análise dos restos mortais de Jango teve início no dia 13 de novembro do ano passado e foi feita por laboratórios do Brasil, da Espanha e de Portugal.
Peritos da Polícia Federal e dos laboratórios estrangeiros confrontaram os
resultados das análises para
confecção do parecer final, já apresentado à
família de João Goulart.
Em seguida, será feito o anúncio oficial das
análises dos restos mortais entregues à Comissão Nacional da Verdade.
O trabalho foi acompanhado por
peritos da Argentina, do Uruguai e de Cuba, representantes da Cruz
Vermelha e do Ministério Público Federal, além da família de Jango.
Deposto pelo regime militar (1964-1985),
Goulart morreu no exílio na Argentina.
O objetivo da exumação é descobrir
se ele foi assassinado.
Por imposição do regime militar brasileiro,
Goulart foi sepultado em sua cidade natal, São Borja (RS), sem passar
por uma autópsia.
Desde então, existe a suspeita que a morte
de Jango tenha sido articulada por autoridades das ditaduras brasileira,
argentina e uruguaia, que tinham uma parceria - Operação Condor -
estabelecida para combater os movimentos de resistência aos regimes
impostos.