quinta-feira, 2 de julho de 2015

CPI DA PETROBRAS

Empresário acusa Lula de agir para favorecer Odebrecht




O empresário Auro Gorentzvaig, ex-acionista da Petroquímica Triunfo, disse, em depoimento à CPI da Petrobras nesta quinta-feira (2), que a empresa foi “expropriada” em benefício de uma subsidiária da empreiteira Odebrecht, a Braskem, operação que, segundo ele, teve participação ativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com Gorentzvaig, o objetivo “dessa ação deliberada do governo” era dar à Odebrecht o monopólio do setor. 

Além de Lula, ele acusou Dilma Rousseff, então presidente do Conselho Administrativo da Petrobras; Sérgio Gabrielli, ex-presidente da estatal; e Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento, de envolvimento no processo de integralização acionária que fez sua família perder o controle da petroquímica.


Auro Gorentzvaig disse que se encontrou com Lula em 2009

O empresário já tinha feito a denúncia à Procuradoria-Geral da República. 

Fomos surpreendidos por essa política de monopólio, que acabou submetendo todas as indústrias petroquímicas à Braskem, da Odebrecht”, afirmou.

Gorentzvaig contou aos parlamentares que teve uma reunião com Lula, em 2009, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília. 

De acordo com o depoente, o encontro, do qual também participou Paulo Roberto Costa, ocorreu por intermédio do petista Luiz Marinho, atual prefeito de São Bernardo do Campo.

A reunião, segundo o empresário, aconteceu em meio à disputa acionista entre a Petrobras e a Petroplastic (empresa da família dele) pelo controle da Triunfo – repassado depois para a Braskem por meio de uma operação de incorporação acionária.

O senhor disse à Justiça que Paulo Roberto Costa era o operador do ex-presidente Lula
O senhor confirma isso?”, perguntou o deputado Bruno Covas (PSDB-SP). 
Pelo que eu entendo, sim”, respondeu o empresário.


As declarações de Gorentzvaig provocaram reações do relator da CPI, deputado Luiz 

Auro Gorentzvaig também acusou a Petrobras de ter adquirido empresas do setor petroquímico por valores acima dos praticados no mercado e, depois, ter repassado a preços bem inferiores o controle dessas companhias à Braskem.

Segundo ele, isso teria ocorrido em relação à própria Triunfo. Gorentzvaig informou que havia um acordo pelo qual a estatal iria receber R$ 355 milhões da Petroplastic por sua parte na Triunfo, mas a Petrobras recuou e repassou suas ações à Braskem por R$ 117 milhões.

Gorentzvaig disse ainda que a Petrobras comprou a empresa Suzano Petroquímica por R$ 4,1 bilhões, o dobro do valor estimado da companhia. 

Ao responder pergunta do deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI, o empresário declarou que a Quattor (junção das petroquímicas Suzano e Unipar) foi vendida pela estatal para a Braskem por R$ 2,5 bilhões.


Então, a Petrobras adquiriu uma empresa por mais de R$ 4 bilhões e, meses depois, repassou à Braskem por R$ 2,5 bilhões?”, insistiu o parlamentar. 

Foi isso que aconteceu e eu tenho como provar”, confirmou o empresário.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

RODÍZIO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA